O que a Bíblia NÃO DIZ
O que a Bíblia NÃO DIZ
...mas muitos pregadores e mestres dizem!
Paulo de Aragão Lins
Parte 1
INTRODUÇÃO
Lendo a
Bíblia e ouvindo os pregadores descobri que muitas coisas que eles falam, às
vezes de maneira emocionada, convicta, são, na realidade, frutos da tradição oral,
ou frutos da imaginação deles, mas não da Palavra Escrita.
Existem no
meio evangélico, ensinamentos que são transmitidos há muito, repetidos por
gerações de mestres, recebidos por tradição, os quais jamais foram analisados
com o cuidado necessário, à luz das Escrituras.
A tradição
tem substituído o texto sagrado em muitas doutrinas. Os ensinadores, com medo
de se expor, preferem repetir o que outros mais importantes falaram, dentro da
esfera do "argumento de autoridade".
E o que é argumento de autoridade?
É o
seguinte: se um homem é importante dentro da sua igreja ou se já fez alguns
cursos de nível superior, tudo o que ele diz é considerado verdade por muitos,
principalmente se tiver escrito um livro.
Costumo
sempre fazer esta pergunta:
"Você
crê mais na Bíblia ou nos ensinamentos de sua denominação ?
Muitos,
surpresos, respondem: "E, por acaso, minha denominação ensina algo que não
é ensinado pela BÍBLIA?" Bem, prezado leitor, apesar de isto parecer quase
impossível, vou lhe dizer: todas as denominações que eu conheço ensinam muita
coisas que não se encontram na santa Palavra de Deus. Foram herdadas da igreja
católica, que por sua vez herdou dos mitos e narrativas do paganismo.
Não foi por
acaso que um dos mais notáveis homens de Deus que já li, Ben Adam, escreveu
estas palavras:
"Quando
digo que, hoje em dia, para a grande massa do público professadamente
religioso, a Bíblia é um livro quase que totalmente desconhecido, estou
simplesmente enunciando uma verdade. O estudo da Bíblia, como meio de se
procurar conhecer a vontade de Deus sobre alguma particularidade, praticamente
morreu; e a leitura devocional das Escrituras sagradas, até mesmo entre os
crentes evangélicos, é uma exceção, quando deveria ser a regra".
Quando
apresentamos os textos bíblicos analisados, a surpresa é maior, pois descobrem
que a tradição nas igrejas tem, em muitos casos, substituído a Palavra de
Deus."
A
BÍBLIA NÃO DIZ QUE OS TÍTULOS QUE OS TRADUTORES COLOCAM ESTÃO TODOS CORRETOS
O título antes de Mateus 25:14 na
Versão Revista e Corrigida é o seguinte:
"O Sermão Continua: A Parábola
dos DEZ Talentos." Vamos contar?
O homem deu CINCO talentos para um servo,
deu DOIS para outro e ao último deu apenas UM. Muito bem. Se fizermos um rápida
soma, teremos que mudar imediatamente o título para ''A Parábola dos OITO
Talentos". Exato! Porque 5+2+1=8.
Ah! Mas, pode ser que o titulista
estivesse referindo-se aos talentos depois de multiplicados. Vamos ver:
O que recebeu CINCO, granjeou mais CINCO,
o que recebeu DOIS, batalhou e conseguiu mais DOIS, e o outro, o pusilânime,
apenas escondeu o dinheiro, o qual não rendeu juros, nem correção monetária.
Ficou, portanto, com apenas UM.
Fazendo-se novamente a soma, teremos
que mudar o título para" A parábola dos quinze talentos, porque
5+5+2+2+1=15!
Na Edição Revista e Corrigida antes de
Lucas 6: 17, está estampado este título:
O SERMÃO DA MONTANHA". Assim que o
versículo começa, Jesus está DESCENDO com os discípulos e "parou num LUGAR
PLANO" (Lucas 6: 17).
Onde
o titulista foi buscar essa montanha?
Além de estar descendo, ainda parou
num lugar plano. Isto só pode ter sido falta de atenção, ou então o titulista
deduziu que o evangelista estava citando o mesmo sermão do monte que Jesus
havia pregado.
O famoso Sermão do Monte, pregado por Jesus,
segundo está registrado nos Capítulos 5, 6 e 7 de Mateus, foi realmente pregado
em um monte, pois lemos:
"Vendo Jesus as multidões, SUBIU
A MONTE ... " (Mateus 5:1)
O outro sermão que foi pregado por
Jesus relatado por Lucas, apesar de conter palavras bem parecidas e vários
conceitos serem repetidos, foi pregado não em um monte, como o primeiro, mas em
lugar bem diferente.
Na
RA o título do Capítulo 25 de Jó é o seguinte:
"DEUS NÃO OUVE OS AFLITOS PORQUE
ESTES NÃO TEM FÉ". Não está um pouco forte a generalização? É verdade que
muitos aflitos não têm fé, mas será que nenhum aflito têm fé?
É a própria Bíblia que nos manda ficar
aflitos, para podermos receber as bênçãos de Deus. Tiago dá como mandamento o
seguinte: ''AFLIGI-VOS, lamentai e chorai." (Tiago 4:9).
Também no Velho testamento o povo era
concitado, de vez em quando, a afligir suas almas, para receber o perdão de
Deus. (v. Levítico 16:29).
Na Versão Revista e Corrigida e na
Revista e Atualizada temos o título do livro de Salomão como "Cantares de
Salomão". No primeiro versículo, lemos o verdadeiro título: "Cânticos
dos Cânticos". Somente a tradução brasileira tem o título correto.
No título que encima o Capítulo 5 de
Juizes, todas as traduções que consultei têm escrito assim: "O Cântico de
Débora". Houve aqui uma injustiça quanto aos direitos autorais, pois a
música de louvor ao Senhor não é de Débora, apenas, mas foi feita de parceria
com Baraque.
Leia:
"E cantou Débora e Baraque, filho
de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo .... " (Juizes 5:1).
O tradutor também cochilou na
concordância verbal. Uma tradução mais correta está na RA: "E CANTARAM
Débora e Baraque ... " Ou é porque ele queria mesmo puxar a brasa para o
lado de Débora?
No título que antecede Lucas 24:36 na
Versão Revista e Corrigida (Bíblia de Estudo), lemos: ''Aparição de Jesus aos
Doze".
Perguntamos: Onde foi que o titulista
foi tomar emprestado o décimo segundo apóstolo, visto que Judas já tinha se
suicidado? É claro que só havia mesmo ONZE e não doze! Matias só foi eleito
depois da ascensão de Jesus e Paulo só foi chamado muito depois. Não existe
qualquer motivo para o título errado, a não ser mesmo o cochilo.
Agora, algo que é realmente de pasmar.
É que o apóstolo Paulo também por força do hábito, ao citar o texto em questão,
parece não ter observado bem o número dos apóstolos existentes, Ele citou
assim:
"E apareceu a Cefas, e depois,
AOS DOZE," (I Coríntios 15:5).
Só podemos pensar que "OS
DOZE" era como uma espécie de instituição. Contudo, um evangelista mais
cuidadoso, escreveu desta maneira:
"E OS ONZE discípulos partiram
para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, quando o
viram, o adoraram. mas alguns duvidaram." (Mateus 28:16,17).
Marcos corrobora tal afirmação. Quando
afirma:
"Finalmente apareceu AOS ONZE,
estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade
e dureza de coração ..."(Marcos 16: 14).
Será que Paulo não disse ONZE e algum
copista dos manuscritos originais cochilou e escreveu DOZE?
Nos evangelhos encontramos muitas
vezes Jesus contando histórias da época para ilustrar alguma verdade e
encontramos, ao mesmo tempo, títulos afirmando que são PARÁBOLAS, quando são
apenas histórias.
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