A igreja que eu quero ser
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Eu quero ser uma igreja diferente.
Um texto base:
Amós 5.21-27 -
Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembleias solenes não
tenho nenhum prazer. 22.E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas
de manjares, não me agradarei deles, nem atentarei para as ofertas pacíficas de
vossos animais cevados. 23.Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque
não ouvirei as melodias das tuas liras. 24.Antes, corra o juízo como as águas;
e a justiça, como ribeiro perene. 25.Apresentastes-me, vós, sacrifícios e
ofertas de manjares no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 26.Sim,
levastes Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela, que
fizestes para vós mesmos. 27.Por isso, vos desterrarei para além de Damasco,
diz o Senhor, cujo nome é Deus dos Exércitos.
- Amós é o autor do livro que
leva o seu nome. Ele era um pastor de Tecoa, um vilarejo que beirava os
desertos de Judá, a uns 10 km ao sul de Belém, no reino sulino de Judá.
- As palavras de Amós foram
anunciadas nos dias de Jeroboão II, que reinou em Israel entre 793 e 753.
(LASOR; HUBBARD; BUSH. 1999)
- Amós começa a profetizar o
juízo de Deus contra Israel, e em algumas declarações, como o texto sob
análise, parece que Amós menospreza as práticas religiosas de Israel. A
verdade é que o profeta não profetiza contra o princípio do sacrifício ou
contra o santuário. Sua crítica era contra os pecados específicos no reino
do norte. O povo de Israel tinha violado a santidade da casa de Deus. O
ritual deles agora é vão porque está em conflito com a cobiça e a
desumanidade do povo. Com certeza, a crítica de Amós são reações contra
rituais sem sentido, longe da verdadeira presença do Senhor.
- O tema da mensagem de Amós era
que Israel havia rejeitado o Deus verdadeiro. A verdadeira adoração, o
verdadeiro culto a Deus, havia sido trocado por um ritualismo vazio.O
papel de Amós era o de estimular o povo a deixar as práticas pecaminosas e
reconhecer o Deus verdadeiro, e restaurar a prática da justiça e a retidão
em seus relacionamentos. (YOUNGBLOOD, 2004, p.57-61).
- Amós proclama o que lemos no
capítulo 5, versículos 21 a 27. Temos diante de nós uma profecia que diz
que a adoração ritual é rejeitada e não oferece esperança, e que esta
falsa adoração de Israel trará o exílio e não a esperança.
- Dos versos 21 a 23 , Deus
rejeita as festas do povo, seus sacrifícios e o seu louvor. O povo
acreditava que suas festas, sacrifícios e cânticos seriam aceitos por
Deus, mas em termos ásperos, Deus anuncia: “Aborreço, desprezo… não tenho
nenhum prazer”. O fato de que Deus irá esconder seus olhos e não dará
atenção aos seus sacrifícios mostra quão inútil era o culto do povo. Não
tinha valor algum. Era uma transgressão a Deus. Deus promete que nem mesmo
suas músicas Ele ouvirá.
- Já no verso 24, Deus mostra o
que Ele aceita: a justiça. Deus mostra o que é a verdadeira adoração
aceitável em sua presença.
- O povo deveria deixar o ritual
de lado, e passar a busca a justiça e retidão. Como em Israel e também na
igreja a justiça deve ocupar o lugar central na adoração do povo.
- Se a minha vida não é justa e
reta, de nada adianta todo o ritual e as cerimônias.
- No versos (25-27), Amós mostra
que a falsa adoração do povo trará exílio e não esperança. Diante de tudo
isso, as palavras “vos desterrarei, para além de Damasco” (v.27) não
deixam dúvidas de que o povo será exilado. Depois desta breve conclusão,
Amós afirma a validade de sua profecia: “diz o SENHOR, cujo nome é Deus
dos Exércitos”.
- O ritual foi criado para
simbolizar a realidade, mas pode facilmente tornar-se um disfarce para a
atitude que está por trás da execução mecânica de um dever. Quando isto
acontece, só se pode lamentar as expectativas enganosas criadas por falsas
esperanças e declarar a verdade com honestidade. (SMITH, 2008, p.278).
A
igreja que eu quero ser
- A igreja que eu quero ser, o
culto não é uma cerimônia como uma forma exterior e regular
de um culto: as cerimônias do batismo, da ceia, do dizimo e conjunto de
atos formais, solenes, de caráter religioso ou profano, segundo regras
estritas; ritos, solenidades ou conjunto de atos informais.
- A igreja que eu quero ser, o culto a Deus está dentro
de cada um, os conhecimentos humanos estão infinitamente aquém da
possibilidade de se imaginar como seja o Criador.
- A igreja que eu quero se, respeita os texto bíblicos com
seu contexto e não usa texto como pretexto para alcançar objetivos
errôneos com preceitos humanos.
- A igreja que eu quero ser, O culto não é da boca para fora. Por mais bela
que seja a cerimônia, por mais empolgante que sejam as músicas de louvor,
por mais sofisticado que seja o ritual, se não brotar de um coração que
realmente deseja a presença do Deus verdadeiro, um coração que busca a
glória de Deus acima de todas as coisas, nada disso tem sentido para Deus.
Deus não sente prazer quando o povo se reúne em nome Dele, mas com o
coração distante e frio, ou com motivações erradas.
- A igreja que eu quero ser, não se prende a placa denominacional, ela adora ao
Pai em espirito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o
adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade". João 4:23-24,
- A igreja que eu quero ser, cultua em todo tempo porque cultua com a vida,
vivendo e não cultuando com ritualismo vazio cheio de regras a ser
seguidos.
- A igreja que eu quero ser, é feita por mim e por você. Ela não suporta mais
encontros religiosos cheio de congressos e convenções vazios, ela não se
interessa por projetos religiosos com lemas e alvos presunçosos, com suas
estratégias enojadas para levantar fundos, das suas táticas de relações
públicas e criação da própria imagem para que sua placa seja vista pela
sociedade como a melhor.
- A igreja que eu quero ser, não suporta mais sua barulhenta música de culto
ao ego humano e não adora ao criador, onde o Ser é mais importante do que
o Ter.
- A igreja que eu quero ser, faz justiça, é integra, ajuda os necessitados. Como
eu posso prestar culto a Deus, e negar ajuda ao ser humano?
- A igreja que eu quero ser, sou eu e você não paredes de barros. A igreja
precisa ser mais hospital, e menos tribunal. A igreja não é uma empresa
que tem funcionários para bater metas.
- A igreja que eu quero ser, as pessoas que creem e vivem o Evangelho são
chamadas “Igreja”, e isso não depende de cor, de etnia, de gênero ou de
classe social. Igreja é composta por todos aqueles que são discípulos de
Jesus, como eu e você e não tem uma forma.
- A igreja que eu quero ser, é feita de gente, e gente imperfeita. Uma das
trágicas ironias da vida pós-moderna é que muitas pessoas se isolam umas
das outras por causa de sentimentos que têm em comum, como o medo de
fracassar e a sensação de não serem boas o bastante. Todos nos somos imperfeito.
Mas é essa imperfeição que dá o devido sabor a vida por cada um ser
diferente.
- A igreja que eu quero ser , não
valoriza títulos e sim pessoas, não causa ansiedade na vida das pessoas,
também não tira a simplicidade do culto a Deus. Nós somos templo do
Espírito Santo e Ele habita em nós (I Coríntios 6:19), Deus não habita em
templos feitos por mãos humanas (Atos 7:48-50), Casa é onde alguém mora.
No caso, “Casa de Deus” é o local em que Deus habita.
- A igreja que eu quero ser , não busca em primeiro lugar a infraestrutura,
porque é impressionante mas muitas pessoas acham que as coisas mais
importantes em uma igreja são ar-condicionados, estacionamentos,
iluminação, berçário, bancos estofados… sei que essas coisas são gostosas
e todo mundo quer, mas não é o tipo de coisa que devemos procurar em uma
igreja. Pessoas que procuram esse tipo de coisa sempre estarão
descontentes, pois o ser humano é insaciável na busca pelo conforto. Sem
contar, é claro, que essa busca mostra, dentre outras coisas, o desejo de
ficar dentro da igreja enraizando e não sair ao mundo para levar a
Palavra.
- A igreja que eu quero ser, não é mais uma opção de entretenimento, a igreja
não é uma indústria produtora de divertimento, eventos e passatempos, ela
é feita de gente que erra, gente que falha, gente que tropeça, reconhece
pede perdão e perdoa, é feita de gente que ama e que ama ser amado, gente
que sorri, mas que também chora, gente que sofre com as mazelas do mundo.
- A igreja que eu quero ser, é uma igreja que se importa com a fome, com o
sofrimento, sente a fome do faminto, sente a sede do sedento, sente o frio
do desabrigado, sente a dor do doente.
- A igreja que eu quero ser, mostra o caminho da salvação, mas não tem os
direitos da via nem cobra o pedágio da ponte. Eu opto então por buscar a
"Igreja" onde o teto é o céu e onde não há paredes ao invés de
ficar sentados no banco da instituição cantando musiquinhas será mais
certo alimentar os famintos e curar os enfermos ao invés de pagar os
outros para fazer isso em nosso lugar e não fazem, apenas ostentam seus
templos com pedras e luxo para conforto pessoal.
- A igreja que eu quero ser, ilumina a estrada como um farol, para que todos
possam passar pela ponte, e a ponte é Jesus. Ela está em mim e está em
você. A base dessa igreja é o amor, o amor não fingido. Onde as pessoas
realmente se importam umas com as outras. Nessa igreja Deus manda olhar
para o lado, e manda ver o teu irmão. Nessa igreja pouco importa a duração
do culto, pois o culto dura o tempo todo. Importa mesmo é que você seja
essa igreja.
- A igreja que eu quero ser, Você não precisa de roupa certa para vir
Não importa o que você tem pintado na sua pele, nem
mesmo importa a cor de sua pele.
Nessa igreja todos somos igreja.
Também não há cargos ou obrigações nessa igreja, você
não é obrigado a nada.
Eu quero ser essa igreja, e te convido a tentar...
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